ÓLEO DE NABO FORRAGEIRO E A PRODUÇÃO DE BIODISEL
Por Dra. Dielli Aparecida Didoné
Sempre que se fala em nabo forrageiro, o que vem à mente do agricultor é uma planta fornecedora de massa foliar para adubação verde, indicada para a rotação de culturas, como cobertura do solo durante o inverno e, eventualmente, para compor, como rolão ou silagem, a alimentação animal. Essa visão, porém, está se transformando, com a difusão da planta como uma opção para a produção de óleo para fins energéticos, o chamado biodiesel.
A extração do óleo pode ser realizada através de simples processo de prensagem a frio. Um fator importante é a sua baixa viscosidade, melhorando o desempenho do motor, destinando-se como bom óleo para produzir biodiesel. O teor médio de óleo nas sementes é de 35% em massa e a produtividade é de 1500 Kg/ha, então, quando submetido a prensagem a frio, disponibiliza em média de 284 L/ha de óleo (PEREIRA, 2012).
O acido predominante no óleo de nabo é o acido oléico (C18:1), sendo encontrado em concentrações muito superiores ao acido linoléico (C18:2), essas proporções superiores de acido mono insaturado proporcionam maior estabilidade oxidativa, menor degradação e menor quantidade de resíduos sólidos no biodiesel gerado pelo óleo desta cultura, diferente da soja e do girassol (KNOTHE et al., 2006)
Se comparado ao óleo de soja e de girassol, o óleo obtido do nabo forrageiro apresenta superior poder calorífico e também detém interessante ponto de fluidez. Além disto, o óleo de soja apresenta em sua composição lecitina e outras gomas, que necessitam ser retiradas através do processo de degomagem, para produção de biodiesel, elevando os custos do processo (CREMONEZ et al., 2013).
Outra característica interessante do óleo de nabo é que este apresenta alto ponto de fulgor, indicando que este óleo se torna inflamável sob temperaturas mais elevadas, sendo, portanto, mais seguro de se transportar, armazenar e manusear. O emprego do óleo de nabo forrageiro é uma importante alternativa na produção de biodiesel, evitando que óleos vegetais, considerados commodities, sejam utilizados para este fim (DAMBISKI, 2007).
Referências
CREMONEZ, P. A.; FEIDEN, A.; CREMONEZ, F. E.; DE ROSSI, E.; ANTONELLI, J.; NADALETI, W. C.; TOMASSONI, F. Nabo forrageiro: do cultivo a produção de biodiesel. Acta Iguazu, 2(2), 64-72. 2013.
DAMBISKI, L. Síntese de biodiesel de óleo de nabo forrageiro empregando metanol supercrítico. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais, UTFPR, Curitiba-PR. 2007
KNOTHE, G.; GERPEN, J. V.; KRAHL, J. Manual de Biodiesel. Tradução de Luiz Pereira Ramos. São Paulo: Editora Edgard Blucher, Cap.1, 340p. 2006.
PEREIRA, P.P. Biodiesel e agricultura familiar: estudos do nabo forrageiro. Dissertação (Mestrado), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco-PR. 2012.